Como seria diferente se tudo fosse igual!

Como seria o mundo se todas as coisas fossem iguais umas às outras?
No céu, uma nuvem seria idêntica à que passou. Nas praias, as ondas teriam o mesmo formato, a mesma altura e arrebentariam no mesmo ritmo.

O nascer e o pôr do sol seriam sempre os mesmos, deixando de dar os seus espetáculos diários de luzes e cores no céu. Assim também aconteceria com as flores, árvores, frutos e montanhas. Sempre tudo igual. A natureza perderia o que  mais a caracteriza: seu dom de ser única e bela em cada detalhe – tons, nuances, variedades e sua essência de originalidade. 

E se tudo fosse igual também nas artes, nos esportes, no entretenimento? 

Seria o mundo da repetição, governado pelo sistema da uniformidade. Um ambiente muito chato para se viver. Sem graça! A Terra da Mesmice!

Imagine no trabalho: todos desempenhando a mesma função, nos mesmos horários, vivendo dias idênticos. Tudo sempre igual, dia após dia. Repetidamente.

Nesse cenário, onde se tem mais do mesmo, as pessoas seriam cópias umas das outras, saídas das mesmas formas. Seriam iguais em gosto, cultura e pensamentos. E o pior de tudo:  teriam sempre a mesma opinião sobre os assuntos, sem exercer um senso crítico do que acontece ao seu redor. Com o passar do tempo, na Terra da Mesmice, até os sonhos se tornariam idênticos aos dos outros.

Não é difícil perceber como esse padrão silencioso pode ganhar forma em nosso cotidiano.  É preciso tomar cuidado e não permitir que a vida se torne massificada, padronizada, repetitiva, como se fosse produzida em série, perdendo assim a sua singularidade e criatividade.

 A repetição constante do mesmo contribui para a alienação. Quando  tudo é tão homogêneo, não somos  desafiados e provocados a pensar. O resultado é que nos tornamos passivos, anestesiados, acomodados ao fluxo contínuo de “mais do mesmo”, incapazes de compreender a realidade que nos cerca.

Mas a vida, generosa, nos presenteou com o oposto: um mundo repleto de possibilidades, onde nada  nem ninguém precisa ser cópia um do outro e nem reproduzir exatamente o que o outro faz.
Ainda bem que o mundo não é assim!!! Porque se fosse, nem esse texto existiria — seria só mais uma cópia, como todos os outros.

de: Carlos Barabás

Leia também: O grande conflito de Asafe, uma reflexão sobre como até os momentos de crise podem nos ensinar a enxergar com novos olhos.

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Carlos Barabás
Carlos Barabás
Mestre em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP) Especialização em Neurociência e Educação Graduação em Ciências Sociais Formação Teológica Diretor da Lighthouse – Centro de Estudos Multidisciplinares
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