Se depois da minha morte eu pudesse retornar a este mundo e escolher o que gostaria de ser, certamente optaria por nascer como uma árvore: frutífera ou uma que desse muitas flores como, o Manacá da Serra ou o Jacarandá de Minas.
Por que faria essa escolha? Vejo nas árvores a beleza e um potencial imenso. São altas, fortes, frondosas. Algumas só dão flores; outras florescem e frutificam. Todas, essenciais para o planeta. Sei também que elas encaram grandes desafios, como: pragas, queimadas, raios e serras elétricas. A vida de uma árvore da cidade também não é fácil, são sufocadas pelo concreto e asfalto, mal podadas, os fios invadem suas copas, além dos cupins. Hoje em dia, até as árvores enfrentam muitos riscos. Ser uma delas não garante segurança ou respeito.
Sendo uma árvore, eu acolheria os passarinhos que nascessem nos ninhos cuidadosamente construídos nos meus galhos; minha sombra ofereceria alívio aos cansados e frescor aos que sentissem calor. Na época certa, meus frutos alimentariam muitos, minhas flores encantariam os que passassem por perto. Sem mencionar que minhas folhas contribuiriam para o meio ambiente, capturando gás carbônico, oferecendo oxigênio e umidade ao ar. Orquídeas e bromélias se hospedariam em meu tronco sem precisar pagar aluguel. Talvez, até um casal apaixonado desenhasse um coração com suas iniciais nele.
Seria regado pelas chuvas, balançado pelos ventos, minhas raízes beberiam da água do solo ou de um ribeirão próximo. As estações do ano seriam minhas companheiras e, juntos, desfrutaríamos de cada novo ano, com novos frutos e flores.
Sei que é impossível voltar à vida após a morte, muito menos escolher ser uma árvore. Isso é apenas uma fantasia minha. Nunca serei uma árvore, mas posso ser comparado a uma. Na Bíblia, Deus frequentemente compara a vida humana à de uma árvore. Tenho um carinho especial por dois textos: Salmo 1 e Jeremias 17.7,8.
É como árvore plantada junto a ribeiros: dá fruto no tempo certo e as suas
folhas não murcham. Tudo o que ele faz prospera – Salmo 1.3.
Mas bendito é o homem que confia no Senhor, cuja confiança nele está. Ele
será como uma árvore plantada junto às águas e que estende as suas raízes
para o ribeiro. Ela não temerá quando chegar o calor, porque as suas folhas
estão sempre verdes; não ficará ansiosa no ano da seca e nunca deixará de
dar fruto – Jeremias 17.7,8.
Acho muito interessante e criativo da parte de Deus comparar a vida do homem à de uma árvore. Os frutos, folhas e raízes trazem um simbolismo profundo e oferecem grande representatividade a nós.
Assim, mesmo que nunca possa ser uma árvore, sei que posso viver como uma, profundamente enraizado na fé, florescendo em amor e dando frutos de bondade, sempre com a esperança e a certeza de que, ao confiar no Senhor, minha vida será próspera e frondosa.
de: Carlos Barabás